sábado, 20 de agosto de 2016

Sacerdócio


Destaque: " Por fim, é preciso dizer que a maioria dos padres é formada por homens honestos, sérios, simples e inteiramente doados ao povo. E isso é uma grande consolação. Mas, na maioria das vezes, esses padres não são valorizados, não são apresentados pela mídia católica, sendo sobrepujados pelos impostores, geralmente midiáticos e “carismáticos” que se apresentam ao povo como os únicos modelos de presbíteros. Com isso o estrago está feito, pois o povo, iludido por “lobos vestidos com peles de ovelhas” (Mt 7,15), acaba deixando-se seduzir".


Associação Rumos.
Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados
José Lisboa Moreira de Oliveira* Adital
Destaque:  " Por fim, é preciso dizer que a maioria dos padres é formada por homens honestos, sérios, simples e inteiramente doados ao povo. E isso é uma grande consolação. Mas, na maioria das vezes, esses padres não são valorizados, não são apresentados pela mídia católica, sendo sobrepujados pelos impostores, geralmente midiáticos e “carismáticos” que se apresentam ao povo como os únicos modelos de presbíteros. Com isso o estrago está feito, pois o povo, iludido por “lobos vestidos com peles de ovelhas” (Mt 7,15), acaba deixando-se seduzir".

O meu amigo, Pe. José Antônio, do clero da arquidiocese de Mariana (MG), com quem tive a grata satisfação de trabalhar no Setor Vocações e Ministérios da CNBB (1999-2003), em recente artigo divulgado na internet, levantava a pergunta acerca do principal medo do papa Francisco.
A pergunta poderia ser muito bem invertida para evidenciar quais são as pessoas que, na Igreja Católica, mais temem as audaciosas propostas de renovação apresentadas pelo papa Francisco, e que, a meu ver, estão condensadas na sua exortação Evangelli Gaudium. Quem, na Igreja Romana, teria medo de propostas como esta: “Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades” (EG, 33)?
Com certeza estariam em primeiro lugar os grupos católicos ultraconservadores, bem representados pela Fraternidade São Pio X, fundada pelo bispo cismático Lefebvre. Porém, os conservadores católicos não causam tanto medo ao papa e nem o papa lhes provoca medo. Reagir a toda mudança na Igreja está no DNA desses grupos, os quais acreditam piamente que o único modelo histórico de Igreja é aquele construído a partir do Concílio de Trento, ou, pior ainda, a partir do espírito da Contrarreforma.
Quem, então, causaria medo ao papa Francisco, ou, melhor dizendo, quem tem medo das propostas do papa Francisco?
Pe. José Antônio, sem rodeios, afirma que é o “clero camaleônico”, ou seja, aqueles padres que vendo o ministério ordenado como status, como profissão bastante rentável, como pedestal para a fama e o sucesso, temem um papa que insiste em dizer que o ministério ordenado é serviço e que os padres precisam “sentir o cheiro das ovelhas”.
Prosseguindo em sua reflexão, o Pe. José Antônio alerta para um particular assustador: a quase totalidade desse “clero camaleônico” é formada por padres jovens e por seminaristas, futuros padres, que já se comportam como se fossem ministros ordenados.
É assustador porque era de se esperar que padres jovens e seminaristas, formados depois do Concílio Vaticano II, fossem capazes de acolher com entusiasmo e paixão a proposta de renovação da Igreja apresentada pelo papa Francisco. Mas não é isso que estamos vendo. Boa parte deste clero permanece indiferente ao que o papa Francisco vem dizendo. Sinal claro dessa indiferença é a falta de divulgação, de conhecimento, de estudo e de aplicação pastoral da exortação Evangelli Gaudium.
Pude constatar isso pessoalmente em recente assessoria a um grupo numeroso de pessoas, na sua quase totalidade formada por leigos, sobre a exortação papal. A queixa geral era de que os padres não falam da Evangelli Gaudium. Constatou-se inclusive o caso de padres que nem sequer sabiam da existência da exortação.
Há poucos dias uma senhora de uma paróquia do interior da Bahia perguntava ao jovem pároco de sua cidade porque na sacristia da igreja paroquial ainda não tinha sido colocada a fotografia do papa Francisco. Queria saber porque tudo tinha parado na foto do papa Bento XVI. O pároco respondeu-lhe que a razão era o fato de que os vidraceiros da cidade estavam sem moldura. Conversa essa que não colou, pois a senhora, do alto da sua experiência de idosa, percebeu que o pároco estava mentindo.
Mas há também aquele grupo de padres e de seminaristas que faz de conta que acolhe as propostas do papa Francisco. Age, porém, como camaleão, por mero oportunismo e para continuar levando vantagem em tudo, visando não perder as benesses oferecidas pelo acesso ao ministério ordenado. Este grupo de clericais externamente faz de conta que aderiu ao papa Francisco, mas, na prática, sempre que pode, oculta, desvirtua e desvia os ensinamentos papais, não permitindo que o povo tome conhecimento daquilo que o papa Francisco está propondo com certa insistência.
Diante do que acabamos de expor vem de imediato a pergunta: o que leva padres e seminaristas a agir desta forma? Por que temem o papa Francisco? Por que agem com indiferença ou fazendo de conta que acolhem a palavra do bispo de Roma?
Inúmeros estudos publicados nos últimos anos explicam de modo suficiente este problema. São estudos com dados incontestáveis, baseados em pesquisas sérias. A própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) e a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) patrocinaram alguns desses estudos.
Duas causas estariam por trás desse comportamento.
A primeira delas é a visão de vocação presbiteral como sendo a vocação por excelência. Ser padre é “dez”, é estar acima de qualquer coisa. Chegar a ser padre é colocar-se acima de tudo e de todos os mortais.
A segunda causa seria o desejo das dioceses de suprir a falta de padres, levando-as a admitir nos seminários e no presbitério verdadeiros impostores que olham para o ministério ordenado como a forma mais fácil de adquirir poder, status, fama e dinheiro. A tais pessoas não lhes importa o serviço ao povo, mas as vantagens que vão ter com o acesso ao ministério ordenado.
A filósofa, socióloga e teóloga Arlene Denise BACARJI realizou recentemente um estudo sobre essa questão, baseando-se em dados de pesquisas feitas em diversas partes do mundo por eminentes pesquisadores. O próprio título do seu estudo é, por si mesmo, bem sugestivo: A impostura no Ministério da Ordem. Transtornos de personalidade e perversão no Clero à luz da psicanálise e da psiquiatria*.
O estudo acaba de ser publicado pessoalmente pela autora. É lamentável que ela não tenha encontrado uma editora católica capaz de assumir a publicação, obrigando-a a fazer uma edição privada. Essa recusa não deixa de trazer um grande prejuízo para a própria Igreja Católica.
Em seu estudo, depois de analisar a origem do problema da impostura no Ministério da Ordem, a autora se detém cuidadosamente na reflexão sobre os transtornos e as perversões dentro dos quadros da Igreja, particularmente entre o clero. Fala dos desvios institucionais, de personalidade antissocial, narcisista patológica e sobre as perversões propriamente ditas. No final aponta algumas possibilidades de saída do impasse.
Arlene Bacarji mostra como a natureza hierárquica, uma falsa compreensão da misericórdia, a segurança que o ministério ordenado proporciona e o celibato visto como um modo de não se relacionar em profundidade com ninguém atraem com muita facilidade pessoas com transtorno de personalidade e muita gente perversa. A pessoa com essas patologias “sempre consegue um bispo desavisado, misericordioso, confiante em sua remissão, que o acolherá” (p. 36). Bacarji lembra que o sistema eclesiástico favorece tais pessoas, uma vez que “elas aprendem rapidamente como subir em postos de poder, como fazer para serem elevados a bispos, cardeais” (p. 43).
A autora apresenta o perfil do impostor no Ministério da Ordem:
“O poder, o brilho, o sucesso, só dependem de sua eloquência no altar, de sua capacidade de sedução e poder de atração, e de sua capacidade retórica, persuasão, de introjetar os sentimentos e emoções na sua fala de modo que impressione o público, para que seja admirado, endeusado e adorado. O Altar se torna um palco. Pois a oficialização desse poder já está dada. A impostura no Ministério da Ordem por estas personalidades todas que tratamos neste livro se caracteriza pela grandessíssima capacidade da pessoa de fazer ‘teatro’. Elas representam muito bem” (p. 43). E representam tão bem que são capazes de camuflar a aversão ao papa Francisco e ao que ele propõe, bastando para tanto apenas um “discurso bonito” (p. 44), ou seja, aquele discurso lacunar, através do qual a pessoa fala um monte de baboseira que seduz os desprovidos de senso crítico, mas que não diz absolutamente nada.
O que fazer? Existem saídas? É claro que sim. O problema é saber se os bispos estão dispostos a colocá-las em prática. Eu aponto pelo menos três.
A primeira delas é desmistificar a figura do padre, retirando dele toda auréola sacral que o envolve. Apresentá-lo como um homem comum, normal, igual aos outros, chamado por Deus a ser diákonos, ou seja, mero servidor dos demais. Homem sinal sacramental de Cristo servo de todos, que veio para servir e não para ser servido (Mc 10,35-45). Nessa perspectiva o acento deve ser colocado sobre a vocação comum batismal, como nos lembrou o Vaticano II na Lumen Gentium. O importante não é ser padre, mas discípulo, seguidor de Jesus, missionário, como enfatiza diversas vezes o Documento de Aparecida.
Uma segunda saída seria a revisão do atual modelo de ministério ordenado, focado excessivamente no padre celibatário que passa entre oito e nove anos no seminário e que sai de lá bastante treinado para ser “aparentemente normal”, mas que, na prática, é uma pessoa cindida, tendendo para a mentira crônica (Bacarji, p. 45-64). Não há como resolver o problema da impostura no ministério ordenado enquanto não se fizer uma reforma séria no ministério ordenado, incluindo nele novas formas de ministérios que descentralizem o poder e quebrem o monopólio e o autoritarismo dos padres.
A terceira proposta de saída é a mudança de comportamento com relação a essas pessoas. Bacarji lembra “que Cristo e o Evangelho não são tolerantes com a hipocrisia e com a falsidade” (p. 45). Por isso, ela afirma que “a misericórdia com estas pessoas deve ser pensada em outros moldes que não a habitual. Talvez seja mais misericordioso impedi-las de terem oportunidade de vivenciar suas perversões e patologias antissociais ou narcisistas, fazendo mal às pessoas da Igreja, à própria Igreja, a Deus e a si” (p. 67). Isso significa que a formação inicial dos candidatos aos ministérios ordenados precisa ser mais séria, capaz de identificar possíveis impostores e impedindo-os de chegar à ordenação. Mas para isso é preciso que à frente dos seminários estejam pessoas equilibradas e não seres transtornados e perversos.
Por fim, é preciso dizer que a maioria dos padres é formada por homens honestos, sérios, simples e inteiramente doados ao povo. E isso é uma grande consolação. Mas, na maioria das vezes, esses padres não são valorizados, não são apresentados pela mídia católica, sendo sobrepujados pelos impostores, geralmente midiáticos e “carismáticos” que se apresentam ao povo como os únicos modelos de presbíteros. Com isso o estrago está feito, pois o povo, iludido por “lobos vestidos com peles de ovelhas” (Mt 7,15), acaba deixando-se seduzir.
“As batinas, hábitos, clergyman, para estas pessoas, representam poder e também especialidade em relação aos outros mortais, por isso muitos deles fazem questão dessas coisas já desde o seminário” (BACARJI, p. 62). Precisamos, pois, estar muito atentos, pois a impostura no ministério ordenado “costuma confundir muitos superiores e a todos nós” (Ibid., p. 70).
*O livro de Arlene Bacarji pode ser solicitado pelo e-mail arlened@uol.com.br
José Lisboa Moreira de Oliveira*
Filósofo, teólogo, escritor, conferencista, gestor do Centro de Reflexão e Estudos sobre Ética e Antropologia da Religião (Crear) da Universidade Católica de Brasília, onde também é professor. ( Fonte:http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=82)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Teologia de Jesus



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Boa! Gostei!


A Arrogância divide os Cristãos. O Amor não pode ser dividido. Sejamos simples e humildes.


Símbolos Cristãos.



Amor à Natureza!


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Aceitamos os propósitos do "Pacto das Catacumbas. O Pacto das Catacumbas foi um documento redigido e assinado por quarenta padres participantes do Concílio Vaticano II, entre eles muitos bispos latino-americanos e brasileiros, no dia 16 de novembro de 1965, pouco antes da conclusão do concílio. Este documento foi firmado após a eucaristia na Catacumba de Domitila. Por este documento de 13 itens, os signatários comprometeram-se a levar uma vida de pobreza, rejeitar todos os símbolos ou os privilégios do poder e a colocar os pobres no centro do seu ministério pastoral. Comprometeram-se também com a colegialidade e com a co-responsabilidade da Igreja como Povo de Deus, e com a abertura ao mundo e a acolhida fraterna. Um dos proponentes do pacto foi Dom Hélder Câmara. Este pacto influenciou a nascente teologia da libertação e os rumos da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellín.








Aceitamos os propósitos do "Pacto das Catacumbas.
O Pacto das Catacumbas foi um documento redigido e assinado por quarenta padres participantes do Concílio Vaticano II, entre eles muitos bispos latino-americanos e brasileiros, no dia 16 de novembro de 1965, pouco antes da conclusão do concílio. Este documento foi firmado após a eucaristia na Catacumba de Domitila.
Por este documento de 13 itens, os signatários comprometeram-se a levar uma vida de pobreza, rejeitar todos os símbolos ou os privilégios do poder e a colocar os pobres no centro do seu ministério pastoral. Comprometeram-se também com a colegialidade e com a co-responsabilidade da Igreja como Povo de Deus, e com a abertura ao mundo e a acolhida fraterna. Um dos proponentes do pacto foi Dom Hélder Câmara. Este pacto influenciou a nascente teologia da libertação e os rumos da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellín.

Salvação: 1. “Sola Scriptura”, Só a Escritura; 2.“Solo Christus”, Só Cristo; 3. “Sola Gratia”, Só a Graça; 4. “Sola Fide”, Só a Fé; 5. “Soli Deo Gloria nunc et semper”, Somente a Glória de Deus agora e sempre.


Salvação.



Tópicos de Salvação:

1.        “Sola Scriptura”; Só a Escritura:
Os profetas apelaram para a lei escrita como sua autoridade final. Cristo autenticou seu ministério ante o povo com a lei de Moisés, os profetas e os Salmos (Lc 24.44). Os apóstolos também se apoiaram na autoridade do Antigo Testamento. A Igreja antiga aceitou ambos os Testamentos e teve assim um cânon mais extenso ao qual apelar para suas decisões de fé e prática.
A Sola Scriptura tem sido ameaçada pela pressão eclesial e com a presunção de líderes que se crêem superdotados para impor ao povo de Deus seu sistema privado de interpretação.

2.        “Solo Christus”; Só Cristo:

A mensagem cristológica e cristocêntrica: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). “...não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).

3.        “Sola Gratia”; Só a Graça:

A soberania e bondade divina salva. A salvação é obra de Deus, não do homem. “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto [a salvação] não vem de vós, é dom de Deus; não [vem] de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).  “Se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6).

4.        “Sola Fide”; Só a Fé:

Martin Lutero afiram: “...o justo viverá por fé” (Rm 1.17).  A fé é a mão que recebe a dádiva de Deus em Jesus Cristo. A fé mediante a qual somos justificados não é cega, não é mera credulidade. Ter fé em Jesus Cristo é deixar-se salvar por Ele.

5.        “Soli Deo Gloria nunc et semper”; Somente a Glória de Deus agora e sempre:

A salvação é realizada por Deus. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus. O nosso Culto não pode ser confundido com entretenimento, ou encontro social, onde se negligencia a Lei e os Evangelhos
Devemos sem humildes, sem farsa, sem a parafernália que os “mundanos inventam”. Abominar a hipocrisia e o farisaísmo, somente.